quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Chama, desejo

Não finjo que não sei. Ou melhor, não finjo que não sinto. Não nego que já entendi aonde quero chegar e não nego que vou atrás, dia após dia. Não vou dizer que não sinto a ausência, nem que não sinto um calor.
Mas na luz do sol, não sinto mais tanto esse calor. É como gelo sobre a pele. E sua presença é como uma chama sob a pele.
A posição, a boca entreaberta, o olhar leve ao relento. As mãos no bolso, os braços leves e meio jogados. Dois terços da mão para fora da calça, vejo as veias, vejo o sangue. Isso me aquece, isso me envolve. É desejo, é sedução.
A boca faz movimentos leves, brilhando. Cantarolando alguma música, fingindo um charme. Vejo a língua entre os dentes, antes de olhar-me rapidamente e certificar-se que estou olhando. Sem a menor percepção, passa a língua nos lábios, levanta uma das mãos, coça a testa levemente e sorri timidamente em resposta ao meu sorriso.
Seu olhar me faz sorrir e seu sorriso e seus movimentos me arrepiam. Não há ninguém, realmente. A conquista e o calor corre pelas minhas veias, pelo meu corpo.
Já tenho certeza de que não importa mais o frio da noite. O desejo aprendeu a dominar cada ação sua, cada ação minha.

it warms me, around me, it's desire ♪

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